ERNESTO NETO


VÔO CAIU
2007
desenho c/ especiaria - cravo s/ papel
84,5 x 212 cm
Estimativa: R$ 25 / 35.000


Vôo caiu.
O impacto no chão!
Esta lá a marca, o rastro do corpo estendido que um dia caiu. Este corpo em forma de minhoca bifurcada. Este corpo um tubo que se divide. Corpo pernas. Caminhos destinos. Um dia foi jogado no mundo, seguro pela sua extremidade única, por dois dedos foi erguido para voltar ao chão num tombo, um vôo que lhe lançou ao abismo, numa curva temporal, navegou pelo espaço até sofrer o impacto, se esborrachar na superfície molhada do papel, um alvo que o esperava como uma pele sobre o solo duro do chão da terra, seu corpo mole estendido feito de meia de poliamida continha uma quantidade estufante de cravo em pó, pelos poros desta pele continente, a força do impacto expeliu uma aura de sua intimidade corporal, de sua substancia existencial e por lá, esta linha bifurcada e seu odor de cravo tímido ficou, misturado a água por um, dois, três dias a fio até ser gentilmente retirado... No papel seco seu rastro, uma imagem, um desenho, uma história de um dia, de um momento, voou caiu.
A obra foi exposta na Galeria Artur Fidalgo


Biografia
Ernesto Neto nasceu no Rio de Janeiro em 1964, onde vive e trabalha. Na década de 1980, estuda escultura com Jaime Sampaio e com João Carlos Goldberg na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Realiza ainda cursos de intervenção urbana e escultura com Cleber Machado e com Roberto Moriconi, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Sua produção situa-se entre a escultura e a instalação. No início da carreira, sua trajetória é marcada pelas obras dos artistas José Resende (1945) e Tunga (1952), na exploração da articulação formal e simbólica entre matérias diversas. Mais tarde, passa a utilizar predominantemente meias de poliamida e outros materiais mais flexíveis e cotidianos. Na segunda metade dos anos 1990, Ernesto Neto realiza esculturas nas quais emprega tubos de malha fina e translúcida, preenchidos com especiarias de variadas cores e aromas, como açafrão ou cravo da índia em pó. As esculturas apresentam alusões ao corpo humano no tecido que se assemelha à epiderme e nas formas sinuosas que se estabelecem no espaço. No final da década de 1990, Ernesto Neto passa a elaborar as "naves", estruturas de tecido transparente e flexível, que podem ser penetradas pelo público. (fonte: Itaú cultural). Entre suas principais exposições individuais estão Ernesto Neto, Tanya Bonakdar Gallery, Nova York; Ernesto Neto, Gallerí I8, Reykjavík, Iceland; Ernesto Neto, Macro Museo d’arte Contemporanea Roma, Itália e A sculpture can be anything that can stand upright, Galeria Elba Benitez, Madrid, todas em 2008; Sebastian to Olivia, Galerie Max Hetzler; É a vida, o espaço interior, Galeria Artur Fidalgo; Um beijo de joguinho, MIMOCA, Marugame, Japan, MCASD downtown, JACOBS building, em 2007, Léviathan thot, Festival d’ automne à Paris, 35 edition, How to put it up, dulcieneia! Galerie Bob von Orsouw, Zurich e The Malmö Experience, Malmö Konsthall, Sweden, em 2006; Tractus I Deuses, Freud Museum, Vienna, Áustria, em 2005; Ernesto Neto, curated by Alma Ruiz, MOCA The Museum of Contemporary Art, Los Angeles, em 2004. Também em 2004 participa do Projeto Respiração, da Fundação Eva Klabin, com a intervenção Citoplasma e Organóides. O artista participou ainda das coletivas Life? Biomorphic Forms in Sculpture, Kunsthauss Graz, Austria; When Lives Become From, Mot, Museum of Modern Art – Tokyo, Japan e Rome Film Festival, Piazza Navona, Roma, Itália (2008); The encounters in the 21st Century: Polyphony - emerging resonances, 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa, Japan, e Perception of Space, Museum Boijmans van Beuningen, Rotterdam (2004).
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