ANNA MARIA MAIOLINO



SEM TÍTULO, DA SÉRIE PROPÍCIOS
2008
Tinta acrílica sobre tela
80 x 80 cm (cada peça do díptico)
Estimativa: R$ 50 / 70.000

Propícios é o titulo de uma série de trabalhos executados com tinta acrílica sobre tela, iniciada em 2007. Com esta série, a artista inicia um caminho transversal e paralelo à série Ações Matéricas (1994 a 2009). O princípio do método empregado nas duas séries é o mesmo: não é utilizado pincel, a obra se realiza com a tinta que escorre, obedecendo aos movimentos da mão, do braço, e do corpo. A tela é um desafio para o corpo que se apodera dela, através dos impulsos vitais, com destreza e incorporando o acaso. A obra é constituída pelo acaso, sem prévio desenho.
Com estes trabalhos, a artista demonstra que há ordem no caos; que é possível desenhar sem usar os instrumentos tradicionais, utilizando-se apenas da gravidade e dos movimentos do seu próprio corpo para controlar a tinta. É uma entrega ao fluxo das potências da natureza e da liberdade humana. São trabalhos que se guiam pela certeza de que não há uma unidade que preceda a forma, mas que a forma ao se manifestar revela uma unidade determinada pelo fluxo do acaso.


Biografia
Anna Maria Maiolino, artista brasileira, vive e trabalha em São Paulo. Nasceu na Itália em 1942, de pai italiano e mãe Equatoriana. Emigra para Venezuela em 1954 com sua família. Em 1958 se inscreve na Escola Nacional Cristobal Rojas (Caracas) no curso de Arte Pura. Em 1960 se muda para o Brasil. No Rio de Janeiro freqüenta cursos livres de pintura e xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes e, desde o inicio, se integra ao novo meio cultural. Na escola conhece artistas como Antonio Dias e Rubens Gerchman com os quais virá a participar da Nova Figuração. Ela foi uma das artistas que integrou em 1967 a mostra Nova Objetividade Brasileira, no MAM, Rio de Janeiro, e assinou a “Declaração de Princípios Básicos da Vanguarda” junto com Oiticica, Antonio Dias, Rubens Gerchman, Lygia Clark, Lygia Pape, entre outros. No mesmo ano realiza sua primeira exposição individual no Brasil, mostrando xilogravuras na Galeria Goeldi, no Rio de Janeiro. Em 1968 torna-se cidadã brasileira e viaja para Nova York. Em 1971, a Pratt University, NY, lhe concede uma bolsa de estudo para freqüentar os ateliês do International Graphic Center, Workshop. O trabalho nesse momento abandona a representação. Tendo mergulhado na experiência da poesia, é levada a explorar outras possibilidades imanentes da folha do papel: as corpóreas e espaciais. Ao voltar para o Rio de Janeiro na década de 70, dedica-se à experimentação e à utilização de diversas mídias como forma de ampliação do discurso da obra. Em 1989 a Associação Brasileira de Críticos de Arte confere o Prêmio Mario Pedrosa, como melhor exposição do ano, pela série de trabalhos com escultura moldada. A partir deste ano inicia a série de instalações Terra Modelada, trabalhando grande quantidade de argila “in sito”. Em 1992 participa da mostra: AMERICA - Bride of the Sun. 500 years Latin America and the Low Countries, Royal Museum of Fine Arts, Antwerp, Belgium. Em 1993 recebe da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) o prêmio Os Melhores de 1993 - Pesquisa de Linguagem, pela exposição Um, Nenhum, Cem mil, realizada na Galeria Gabinete de Arte Raquel Arnaud. Em 1996 participa da mostra Inside the Visible, The Institute of Contemporary Art, Boston (Exposição itinerante), de Mulheres Artistas do Século XX com a curadoria de Catherine de Zegher. Integra em 1998 a secção Roteiros, da XXIV Bienal de São Paulo, curada por Rina Carvajal. Em 1999, com curadoria de Marcio Doctors, realiza a instalação Aqui estão, no Espaço de Instalações do Museu do Açude, Rio de Janeiro. Em 2000, a convite da critica Milena Kalinovska, integra a mostra An Experiment, The Sixties Legacy, organizada pela ICI, Nova York , e apresentada também na Collection of Modern and Contemporary Art of the National Gallery Prague, Czech Republic.
Em 2001 destaca-se a exposição individual antológica de desenhos: Vida Afora/ A Life line, The Drawing Center, New York, USA e N vezes Um/N Time One, instalação e projeção retrospectiva de filmes Super 8 e Vídeos, Art in General, New York. Nesse mesmo ano foi editado pelo The Drawing Center o catálogo Anna Maria Maiolino Vida Afora/ A Life Line, editado por Catherine de Zegher. O catálogo cobre 45 anos de produção da artista. Nesse ano suas obras passam a integrar o acervo do MoMA de Nova York. Em 2004 participa da exposição MoMA y el Museo – Latin American and Caribbean from the Collection of the Museum of Modern Art, El Museo Del Barrio, New York, USA. Convidada pelo critico Michael e Asbury e The London Institute, University of Arts London participa de: Transnational Art Seminar, falando do seu trabalho, dentro do contexto da arte brasileira. Em 2005, a Pinacoteca do estado de São Paulo realiza a primeira exposição retrospectiva da artista no Brasil, Entre Muitos – retrospectiva com a curadoria de Paulo Venâncio Filho. Em 2006 esta exposição viaja par o MAC de Miami com o título Territories of Immanence. Para 2010 estão previstas uma mostra individual no Camden Arts Centre, Londres, uma exposição retrospectiva na Fundação Antoní Tàpies, e sua participação como artista convidada do Projeto Respiração, na Fundação Eva Klabin.

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